quinta-feira, 30 de setembro de 2010

video aula 10: Interdisciplinaridade e transversalidade na educação



     A video-aula 10 recordou-me bastante Paulo Freire, e para ilustrar, posto video sobre o autor, um poema sobre a escola.


O professor Nilson José Machado abre a aula com as frases: " A gente vem pra escola pra aprender a ler o mundo, começa lendo um texto, mas ler, compreender é ler e compreender o mundo"

Em seguida, novamente é mostrado o vídeo de uma escola pública, que trabalhou a interdisciplinaridade e a transversalidade,  por meio de um projeto em torno do Ribeirao Anhumas, coordenado por uma equipe da Universidade de Campinas. Nessa reportagem, podemos perceber a integração que há entre tres disciplinas: geografia, Lingua Portuguesa e Quimica. Esse video foi mostrado no topico (TV UNIVESP), na primeira semana do curso.

O professor Nilson explica que a Interdisciplinaridade surgiu como um chamado para que as disciplinas nao mudassem seus objetos, mas que houvessem relações mais forte entre as disciplinas. A escola é disciplinar, a realidade não. A reação à reorganização curricular, a reação da framentação disciplinar foi a busca da transversalidade, ou seja, a busca de temas que atravessassem transversalmente todas as disciplinas, as questoes sobre valores, por exemplo, sao questoes que nao cabe em nenhuma disciplina especifica da escola básica.  As questoes sobre valores cortam, transversalmente, todas as disciplinas e podem ser vistas em atitudes como cooperação e cidadania.  Para aprender a ler o mundo é preciso que se faça uma ponte entre o disciplinar e o transdisciplinar.

(A relaçao da minha disciplina com as outras é a interdisciplinaridade eo os objetos e objetivos maiores que os da minha disciplina, a transdisciplinaridade).

A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade sao partes integrantes de um movimento que fala de uma nova forma de organização do pensamento, que surgiu no seculo XVII. O filosofo que escreveu o DISCURSO DO METODO em 1637, René Descartes, é apontado como um dos primeiros formuladores dessa maneira de pensar. A concepção dele é a da unidade de conhecimento, do saber e essa unidade do conhecimento cientifico se encontrava no método. Para ele, o método é muito importante, se eu nao tenho o metodo, nao posso chegar à ciencia, e o método de fazer ciência é um método único, racional, de fazer a analise e depois a sintese dos diversos fenomenos com os quais nos defrontamos, fenomenos naturais.  No discurso do metodo, acaba reduzindo o metodo cientifico a uma unica regra. Quando tenho um fenomeno complexo, analiso o fenomeno, divido-o em suas varias partes, analiso-o a partir das partes mais simples e reconstituo-o por ordem, a complexidade depois o fenomeno, a partir do simples para o mais complexo.

Quem se opoe a fragmentação do conhecimento é o filosofo e sociologo EDGAR MORIN. O Paradigma da SIMPLIFICAÇÃO, que domina o ensino afirma que para conhecer, nós separamos e reduzimos o que é complexo em simples. Tal visao mutila o conhecimento. O problema passa a ser conseguirmos obedecer a um paradigma que nos permita diferenciar e ao mesmo tempo, relacionar. É justamente o PARADIGMA que domina o conhecimento na nossa civilização e na nossa sociedade, é um paradigma que impede o conhecimento complexo, o conhecimento da era planetaria.

Nosso sistema de educação ensina a separar as coisas, as disciplinas, o homem da natureza, nao ensina a religar, a reformar o pensamento. É religar para enfrentar os desafios, que sao globais e multidimensionais.